De forma geral, a grande parte dos motoristas brasileiros não são familiarizados com a mecânica de seus carros. Afinal de contas, todos nós estamos bastante habituados a terceirizar os reparos, seja por falta de tempo, seja pelo completo desconhecimento do tema ou até mesmo pela simples conveniência.
Porém , saber algumas noções básicas de mecânica ajuda na conservação dos nossos carros, pois facilita a identificação de problemas. O primeiro sintoma que costuma chamar a nossa atenção são os barulhos. O carro pode ser novo, semi ou usado: surgem os “grilos” e nossa atenção vai a mil! Afinal, o que poderia ser?
Levando esse dilema em consideração, elaboramos este post! Nesta leitura mostramos as principais informações sobre a bieleta e respondemos dúvidas como as que seguem abaixo.
• O que é esse componente?
• Qual sua função e importância para o carro?
Aqui, você encontrará tudo o que precisa saber para identificar possíveis folgas e defeitos nessa peça, que podem causar muitos barulhos inconvenientes. Acompanhe!
O que é a bieleta e qual sua função?
Primeiramente, é útil ressaltarmos: as bieletas e bielas são componentes distintos. As bielas são hastes localizadas no motor do veículo, distantes da região das bieletas; estas ficam localizadas na suspensão do automóvel. Assim, é importante afirmar que a bieleta é um componente fundamental no sistema de suspensão dos carros.
Essencialmente, trata-se de uma articulação no formato de uma haste, que interliga a barra estabilizadora até a suspensão. Por meio dessa conexão, a peça fica encarregada da transferência da força dinâmica nas curvas, sendo portanto, essencial para a estabilidade do automóvel.
Ainda é válido notar que a bieleta também é importante durante as inclinações, quando ocorre o mesmo processo de transferência de força. Assim, ela garante ainda mais a segurança no atrito do pneu com o solo. A peça está localizada no sistema de suspensão e encontra-se fixa à barra estabilizadora, seja por meio de buchas ou de pinos.
Por fim, o funcionamento conjunto da bieleta com a barra estabilizadora permite que as rodas girem de forma simultânea ao trabalho da suspensão. Dessa maneira, essa peça tem sua importância intensificada, interferindo diretamente no conforto e na segurança do veículo, a depender do seu estado de conservação.
Por que a bieleta é importante para o carro?
Como mostrado acima, uma bieleta gasta ou folgada é sinônimo de dor de cabeça. Afinal, a condução em um veículo nessas condições acaba sendo bastante desagradável, tanto em critérios de segurança quanto de acústica. Primeiro, considere o aspecto do conforto a bordo. A bieleta, quando folgada, causa um barulho bastante incômodo e persistente.
É como se você circulasse com objetos soltos no porta-malas, quicando conforme as irregularidades da estrada — que não são poucas, considerado o estado de conservação dos asfaltos brasileiros. Além da folga, o barulho também pode ser causado pela falta de lubrificação da peça ou pela obstrução por detritos como areia, lama, pedregulhos e demais fatores externos.
Mas não pense que você pode ignorar esse barulho, pois não é apenas o seu humor que estará em jogo com o desgaste da peça. Na verdade, o grande risco causado por uma possível ruptura da bieleta é a perfuração dos pneus, o que pode acontecer a qualquer momento, inclusive em alta velocidade, sujeitando o motorista e terceiros a um grande perigo.
E é na perfuração que reside o maior risco à segurança, com uma eventual complicação em alta velocidade. Entretanto, observe que mesmo que o pneu não estoure, você observará uma inclinação maior da carroceria em curvas, ocasionando insegurança durante a condução.
O que é importante observar na manutenção desta peça?
Recapitulando: a bieleta é uma haste que opera no sistema da suspensão, que precisa estar em boas condições para evitar dificuldades na condução e demais consequências. Por isso, enquanto articulação — estabelecendo contato entre duas peças por meio de mobilidade — é essencial que o componente esteja isento de folga para evitar ruídos e riscos de ruptura.
Além disso, quando em boas condições, a bieleta está bem ajustada e exige força para a sua movimentação. Lembra-se dos batuques de objetos soltos? Eles ocorrem quando existe folga nessa peça, fazendo com que a haste bata repetidamente nas extremidades da moldura da peça. Isso causa um barulho irritante e prenuncia o escape da haste, que iria de encontro ao pneu, causando a perfuração.
Além do encaixe justo e sem folga, é bacana entender que as bieletas precisam estar protegidas do ambiente externo. Lembra que falamos de areia, lama, pedregulhos, etc? Todos esses pequenos detritos podem gerar acúmulos de resíduos, exatamente na região de trânsito da peça, acelerando seu desgaste.
Ainda sobre a manutenção das bieletas, é importante você saber quais são as duas possibilidades de substituição. Por exemplo, na manutenção corretiva você pode substituir apenas a bieleta gasta, focando exclusivamente na peça causadora do problema. Já na preventiva você deve substituir todas as bieletas do carro, antecipando a iminente troca das peças com desgaste já avançado.
Inclusive, é importante ressaltarmos que o desgaste dos componentes automotivos sempre acabará interferindo no funcionamento e conservação das peças periféricas. Por isso, busque cumprir adequadamente o cronograma de revisões e manutenções preventivas. O carro e todos os seus sistemas funcionam melhor, com menor desgaste e maior conservação de todas as peças.
Sendo assim, escutando os batuques, referentes à bieleta ou não, leve o seu veículo a uma oficina de confiança. Quanto antes for diagnosticado o desgaste, mais fácil será a resolução. Se o problema for as bieletas, ao efetuar a substituição você eliminará o barulho insuportável, conservará os demais componentes da suspensão e corrigirá o prejuízo na estabilidade do carro.
Além da importância da manutenção preventiva, existem maneiras complementares de desacelerar o desgaste das bieletas. Para tanto, basta adotar alguns cuidados durante a condução, como reduzir a velocidade ao passar por lombadas (quebra-molas) e não exceder a carga máxima suportada pelo seu veículo.